terça-feira, 11 de agosto de 2009

Introdução

Um aspecto de fundamental importância é sabermos quais os usos da estatística e quais suas limitações. Segundo o ex-primeiro ministro britânico Benjamim Disraeli existem três tipos de mentiras: mentiras, mentiras deslavadas e mentiras estatísticas. A estatística pode ser utilizada para mascarar alguma informação, mas como ponto de partida e conceito essencial vamos considerar o seguinte:

A estatística não pode determinar as causas de um fenômeno, não é portanto, causal.

Vejamos um exemplo (retirado do livro Ciclo Vital de Helen Bee). Foi elaborado uma pesquisa, chegando-se aos seguintes resultados:

Grupos Etários

18-29

39-49

50 +

Sentir-se-iam bastante mal não conseguindo pagar as contas

51 %

57 %

80 %

Sentir-se-iam muito mal fazendo algo embaraçoso em público

26 %

25 %

50 %

Pense um pouco, o que você concluiria dos dados acima ?

Em um primeiro momento, podemos concluir que pessoas com mais de cinqüenta anos se preocupam mais em pagar suas contas. Mas, não sabemos como foi a formação destas pessoas. Poderíamos, portanto, chegar à outra conclusão: pessoas que nasceram a cinqüenta anos se preocupam mais em pagar suas contas. Só poderemos confrontar estes dados se fizermos novamente esta pesquisa quando as pessoas que hoje tem menos de cinqüenta anos chegarem a esta idade.

Se não podemos atribuir causa a um fenômeno usando a estatística, como poderemos faze-lo ?

A estatística pode fornecer pistas, e com estas pistas podemos realizar experimentos controlados e aí sim, chegarmos a explicação do fenômeno.

Mas, finalmente o que poderemos fazer com a estatística.

A análise estatística é geralmente feita sobre uma amostra, voltaremos a amostras no próximo tópico. Tendo-se uma amostra podemos realizar os seguintes procedimentos:

1 – Descrever somente a amostra, quais suas características sem preocupação com o todo (população). Este procedimento é tratado pela estatística descritiva

2 – A partir da análise da amostra, chegarmos a conclusões sobre o todo (população), ou seja, fazemos uma indução. Utilizamos para isto a inferência estatística.